terça-feira, 27 de abril de 2010

E você? Lembra do quê?

Estes dias estava na praia, conversando com alguns amigos, conversa esta regada a cervejas e durante várias besteiras que falávamos, um amigo me perguntou: “Qual o fato histórico mais marcante que você já presenciou”?

Em questões de segundos eu tinha a resposta na ponta da língua: a queda do Muro de Berlim. Não sei o porquê, mas nunca esqueci as cenas que assisti na televisão naquele dia.

O Muro de Berlim foi construído pela Alemanha Oriental em agosto de 1961 e simbolizava a divisão do mundo em dois blocos: capitalistas e socialistas. O muro começou a ser derrubado em 09 de novembro de 1989 e a celebração de sua queda ocorreu quase um ano mais tarde, em 03 de outubro de 1990. Nesta época eu tinha 9 anos de idade, mas lembro das cenas na TV da minha casa. Meus pais estavam atentos e, apesar de não saber bem o que aquilo significava, algo me chamou a atenção. As pessoas quebrando um muro e comemorando. Tudo aquilo era incompreensível para mim, mas as cenas estão vivas em minha mente até hoje.

Na época eu era uma criança de 9 anos, sendo assim, o muro e sua queda não simbolizavam nada, hoje, o muro simboliza a ignorância e a opressão de um poder que se julgava de alguma forma supremo. Sua queda simboliza a luta e a consciência de um povo, consciência de liberdade e direitos que jamais devem ser negados ao ser humano: o direito de ir e vir. Premissas básicas da liberdade e da democracia.

Existem vários fatos históricos que presenciei, mas este sempre vem a minha mente.
Acredito que este ideal de liberdade já me chamava a atenção desde pequeno. Hoje me pergunto: será que quebraríamos outro muro de Berlim? Hoje acho que somos mais acomodados. A democracia, ou pelo menos o pouco que conquistamos dela, nos deu uma falsa idéia de que tudo está ótimo e não existem mais muros a serem quebrados.

Hoje tudo é mais “civilizado” mais “democrático”. No mundo ocidental não cabem mais Muros de Berlim, crescemos, evoluímos e caminhamos a cada dia para um mundo mais “coerente”. Não sei até que ponto conseguiremos avançar no caminho à real democracia e ao respeito pelas diferenças, mas pelo menos estamos tentando, por enquanto a sociedade e os governos, pelo menos do lado ocidental, possuem a consciência de que não existe mais espaço para atitudes exclusoras e preconceituosas. Ditaduras opressoras não possuem mais espaço deste lado do mundo. E isso é bom...

Acho incrível recordar este fato, é parte da história que terei sempre em minha mente.

E você? Lembra do quê? (risos)

2 comentários:

  1. Poxa Bruno, não lembro disso!!

    O que foi mais marcante pra mim, foi o plano Collor. Aquela fase de mudança do cruzeiro para o Real. O dinheiro começou a render mais, as pessoas felizes nos supermercados, isso foi inesquecível pra mim.

    Eu tinha uns 6 ou 7 anos e minha mãe me deu 1 real, eu comprei pipoca, bala, gelatininha ... ... eu fiquei muito feliz.
    Ao ler o que voce escreveu, logo lembrei da mudança monetária.

    Saudades de conversar com você!

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  2. Cara, eu lembro do bombardeio em Bagdah, que pra mim se relaciona completamente a frase, "queimo a casa, mas me livro dos ratos", onde uma sociedade prepotente mata milhares de inocentes, pelo prazer de te-los sobre o seu poder e se apossar dos bens naturais de um lugar que tem um dos solos mais antigos do nosso planeta.

    Fora outros fatos mais atuais e até mais revoltantes como nossos escandalos no planalto, mensalões, desvios de verba publica e até supostos exterminios de pessoas que sabiam demais como o prefeito de Sto Andre, Celso Daniel.

    O que realmente vale a pena refletir nesse momento de nossas vidas é o nosso poder de mudar as coisas. De quebrarmos nossos próprios muros de Berlim e sairmos desse estado de paralisia mental que nos trouxe a merda da alienação.

    Parabens pelo post Brunão!

    Abraço,

    Renato

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