segunda-feira, 9 de março de 2009

A Simplicidade do Intelecto

A simplicidade do intelecto, nos deixa ignorantes a tal ponto de não entendermos as várias visões de mundo existentes em cada era. Ela não nos permite abandonar nossos valores, mesmo que por poucos minutos, para que possamos entender os valores das outras pessoas.

A falta da capacidade de compreender diversas posturas nos transforma em seres humanos fechados ao novo, incapazes de encontrar um consenso em diversas situações da vida. Essa incapacidade de compreender o mundo como um todo, faz com que analisemos os fatos baseados somente em nosso achismo. Achamos que algo é assim e ponto. Simplesmente achamos e esse abismo é um dos piores efeitos colaterais que a ignorância pode nos trazer. Duvidar, refletir e questionar são qualidades intelectuais que nos transformam no super-homem de que tanto Nietzche falou. Quem possuir estas qualidades e souber utilizá-las sairá na frente. Tais qualidades só podem ser adquiridas com um ensino acadêmico bom e voltado para a reflexão e não simplesmente para o aprendizado metódico tão priorizado nas faculdades. As instituições de ensino hoje, visam formar apenas profissionais para o mercado de trabalho, quando precisavam ir além disso. Elas não precisam abrir mão dessa formação profissional, mas incluir nela a formação do cidadão intelectualizado e capaz de pensar, refletir e analisar diversas situações.

A simplicidade do intelecto está enraizada nas camadas mais pobres da sociedade. Mesmo aqueles que ingressam em uma faculdade, não conseguem, em sua grande maioria, desenvolver essa faculdade mental do refletir. E isso mantém os pobres ainda mais pobres. Eles possuem seus carros, suas casas, seus celulares, seus notebooks, mas ainda são inferiores intelectualmente. Diferente das altas camadas da sociedade que passam por um caminho acadêmico muito mais completo e diversificado.

O Brasil mudou muito, crescemos financeiramente, expandimos o crédito, criamos mais empregos e fortalecemos nossa economia como nunca vimos na história do país, tudo isso possibilitou uma ascenção da classes mais baixas da população, mas não conseguimos ainda construir uma sociedade capaz de enxergar as verdades existentes em todo esse emaranhado de relações que compõem aquilo que chamamos de mundo. Quando isso acontecer. Quando tivermos uma classe emergente pensante e um pouco mais intelectualizada, conseguiremos construir um país soberano de verdade. Um país onde as instituições, sejam elas privadas ou não, tenham medo de abusar dos cidadãos. Um país onde a participação política da população ultrapasse a barreira do simples ato de votar. Um país onde as pessoas saibam onde realmente vivem e qual o seu papel dentro dessa nação. Mas hoje estamos longe disso. Os pobres acham que já são ricos, os ignorantes acham que são inteligentes, os espertos acham que são realmente espertos e os que sempre foram ricos, inteligentes e espertos continuarão mantendo sua dinastia. Continuarão nos melhores empregos, nas melhores escolas, nos melhores lugares!

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